Junkers  JU 87 Stuka

O Início: Com a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, a Alemanha, contrariando os acordos firmados após a primeira Grande Guerra, começou a se rearmar. Entre os sistemas de armas que o novo regime desejava, estava um bombardeiro de mergulho eficaz. Esta necessidade estava sendo suprida pelo Henschel HS-123, mas os esforços para desenvolver um aviao melhor continuavam.

Desenvolvimento: Na Junkers, o designer Hermann Pohlmann trabalhou em um novo bombardeiro de mergulho, baseado nos desenhos do Ju K 47. Estes projetos foram iniciados em 1935, quando o Ministério do Ar alemão (Reichsluftfahrtministerium – RLM) emitiu especificações para um novo bombardeiro de mergulho. Enquanto quatro empresas se inscreveram na competição, duas foram imediatamente eliminadas, e por fim, o projeto da Junkers foi vencedor contra o Heinkel He-118. Alimentado por um motor Rolls-Royce Kestrel importados, o design de Pohlmann foi designado Ju 87 V1. O protótipo foi construído na Suécia e secretamente levado para a Alemanha em 1934, onde continuou seu desenvolvimento.

Iniciados os testes em 1936 logo foram interrompidos quando da morte do pilot de testes Willy Neuenhofen, em um acidente em 24 de janeiro de 1936, quando parte da cauda da aeronave entrou em colapso.  Após contratempos, riscos de cancelamento e outras melhorias, incluindo um motor mais potente, o modelo final, denominado de Ju 87 Stuka (abreviação de Sturzkampfflugzeug), era um monoplano todo de metal e com trem de pouso fixo. Foi armado com duas metralhadoras MG 17 de 7,92 milímetros nas asas e uma MG 15 para o operador de rádio/artilheiro. Mergulhava em ângulos de 60 a 90 graus, possuindo um sistema de recuperação automática de mergulho, que era ativado quando a bomba havia sido lançada, prevenindo a perda da aeronave por algum desmaio do piloto, causado pela força G. Sofreu sucessivas modificações e quando a segunda guerra eclodiu a Junkers começou a fabricar o modelo D, com maior potência e alcance.

Aeronave Ju-87 Stuka no Museu da Ciência, em Chicago.

Historia operacional:

A estréia em combate do Ju 87 Stuka aconteceu em 1937 com a Legião Condor alemã durante a Guerra Civil Espanhola. Iniciaram as operações voando o Ju 87 A, mudando em seguida para a versão B. O sucesso foi total durante estas operações e ajudaram na aplicação do conceito da blitzkrieg, no início da Segunda Guerra.  Durante a campanha na Polônia, invasão da Noruega e nas campanhas nos Países Baixos e França seu reinado foi absoluto, causando destruição e terror no inimigo, especialmente contra unidades e comboios de transporte.  Seu primeiro grande revés deu-se na Batalha da Inglaterra, quando se mostrou um alvo fácil para os caças ingleses Hawker Hurricanes e Supermarine Spitfires.

O Stuka foi então enviado para a Campanha no Mediterrâneo, onde continuou a ser eficaz contra os transportes. Com as ofensivas alemãs nos Bálcãs no início de 1941, o Ju 87 repetiu seu papel nas operações blitzkrieg, continuando com as vitórias alemãs nas Batalhas da Grécia e Creta. O Marechal de Campo Erwin Rommel também os utilizou no Norte da África, participando da Batalha de Gazala e da Segunda Batalha de El Alamein, voltando a sua condição de vulnerabilidade quando os caças americanos entraram na Batalha. Seus últimos sucessos aconteceram durante a invasão da União Soviética e da abertura da Frente Oriental, em junho de 1941.

Voando na vanguarda do avanço alemão e possuindo superioridade aérea, o Stuka foi mortífero nas Batalhas de Stalingrado e Kursk. Nesta frente de Batalha surgiu sua última versão, denominada de Ju 87 G, tendo reforço na célula e dois canhões de 37 milímetros para destruir os tanques soviéticos. A aeronave foi um sucesso e esta variante permaneceu em uso até o final da guerra. Já obsoleto e em números cada vez menor, o Stuka começou a ser substituído pelo Focke-Wulf 190, uma aeronave de ataque ao solo. Ju 87 foi utilizado ate o final da guerra, tendo uma produção de mais de 6.500 aviões .

 

Dados técnicos do Ju-87A

Ano de produção: 1936-1939   Tipo: ataque ao solo

Comprimento: 10.8m     Envergadura: 13.8m     Altura: 3.9m      Peso vazio: 2273 kg                Peso maximo: 3.400 kg        Motor: Jumo 210         Velocidade máxima: 295 km/h         Velocidade de mergulho: 450 km/h          Armas  frontais:  2×7.92 mm MG 17      Arma traseira: 1×7.92 mm MG 81        Capacidade de bombas: 250 kg

 

Dados técnicos da sua última versão, Ju-87G

Ano de produção: 1943-1945     Tipo: ataque ao solo/tanques

Comprimento: 11.13m        Envergadura: 15m           Altura: 3.9m     Peso vazio: 3.900 kg         Peso maximo: 6.607 kg        Motor: Jumo 211P       Velocidade máxima : 400 km/h          Velocidade  de mergulho: 650 km/h

Armas  frontais:  2 canhões Flack de 37mm  Arma traseira: 1×7.92 mm MG 81

Foi voando a bordo de um Stuka, em especial na versão G, que o piloto Hans-Ulrich Rudel se tornou o mais condecorado herói de guerra alemão, tendo destruido  519 tanques russos e centenas de outros objetivos militares.

 

Pesquisa:  Andre Felipe Neves

Fontes: ww2db.com, warbirdsresourcegroup.org,  fighter-planes.com,  http://science.howstuffworks.com,   militaryfactory.com

Fotos:  1- Reinaldo Neves       2- Battle of Britain      3- Opitz/Bundesarchive    4- warbirdsresourcegroup.org