Reinaldo Neves
Nesta semana dois acidentes em países distantes vitimaram dois pilotos, ambos representantes da essência do termo “aviador”, aquele que voa por prazer e paixão pela aviação.
Polônia, 12 de julho.
Em Gdynia, durante os ensaios para a comemoração do 30º aniversário da Brigada de Aviação Naval, um acidente com uma aeronave Leonardo M-346 vitimou o seu piloto, que não conseguiu se ejetar do aparelho.
A aeronave fazia parte do M-346 Demo Team, a mais nova equipe acrobática da Polônia, fundada em 2023 e que fez sua estreia no Radom Air Show . A equipe era composta por dois pilotos ,Major Adrian “Chudy” Chudziński e Major Robert “Killer” Jeł, ambos instrutores na Academia da Força Aérea em Dęblin e muito experientes no aparelho, contando com mais de mil horas de voo neste modelo de aeronave.
O piloto vitimado, Major Robert Jel, havia escrito em um post publicado no site da Força : “ Não voamos esta aeronave de forma acrobática todos os dias. Nós o fazemos adicionalmente, por paixão por voar. Isso nos dá muita alegria e diversão, e se pudermos fazer os outros felizes com isso, alcançaremos o auge dos nossos sonhos”
Em agosto de 2023 viajamos do Brasil até a Polônia, para assistirmos ao Radom Air Show, onde registramos as apresentações dos aeronautas poloneses e comprovamos seu alto profissionalismo.
Estados Unidos, 10 de Julho
Uma piloto brasileira perdeu a vida enquanto combatia um incêndio florestal no estado de Montana. A aviadora Juliana Torchetti Coppick tinha 45 anos e foi a primeira brasileira a pilotar aviões agrícolas nos Estados Unidos . Ela estava participando de um combate a incêndio na Floresta Nacional de Helena, cidade sede do Condado de Lewis e Clark, no centro-oeste do Estado. No mês de fevereiro deste ano ela se tornara a primeira brasileira certificada para pilotar o FireBoss, que é a versão de combate a incêndios do avião agrícola Air Tractor AT-802. O acidente ocorreu durante a manobra de “scooping”, quando a aeronave amerrissa e permanece na corrida na superfície, captando a água nos flutuadores e decolando na sequência.
O Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola) destacou em nota que a profissional era um exemplo da “força feminina no setor e da garra e profissionalismo dos pilotos brasileiros, valorizando o papel das mulheres e sendo fonte de inspiração para muitos”. Juliana possuia 6.500 horas de vôo, tendo pilotado Boeings 727 e 737, entrando na aviação agrícola a partir de 2013. Em 2018 mudou-se para os Estados Unidos, após ter participado da primeira edição no Brasil do programa “ quem quer ser um milionário”. Ela deixa um filho de 17 anos.
Nossas condolências a família e amigos dos dois pilotos.
RIP.
Imagens: Força Aérea Polonesa e redes sociais.