
08 jun EXOP AIRLIFT COMAO 2025
Reinaldo Neves
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o Exercício Operacional EXOP AIRLIFT-COMAO 2025, na Base Aérea de Anápolis (BAAN), entre os dias 26 de maio até o dia 06 de junho. O Exercício reuniu cerca de 400 militares da FAB e 600 do Exército Brasileiro (EB) atuando em um cenário simulado de guerra regular, focados na realização de ações conjuntas e com uma alta carga de complexidade.
A coordenação do evento esteve a cargo do Comando de Preparo (COMPREP), tendo como alvo do treinamento a consolidação da doutrina da Aviação de Transporte e o adestramento das tripulações em missões aéreas compostas, atuando em um ambiente simulando um conflito armado real. As operações envolveram diferentes tipos de aeronaves da Força Aérea, incluindo o Transporte, Caça, Reconhecimento e Asas Rotativas, além de tropas de infantaria, forças especiais e também a defesa antiaérea. Um alto grau de complexidade!
Nas palavras do Comandante da Base Aérea de Anápolis e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Leandro Vinicius Coelho, no início das operações: “O objetivo desse exercício é consolidar a doutrina da Aviação de Transporte em um cenário de treinamento com alto grau de realismo, adestrando nossas tripulações em missões complexas e integradas. Teremos lançamento em massa de paraquedistas, infiltração, exfiltração e evacuação aeromédica de tropas diretamente no terreno, dentro do conceito de operações compostas”.
O EXOP AIRLIFT-COMAO 2025 teve como missão principal a retomada de áreas estratégicas ocupadas, o que exigiu a execução coordenada de ações como assalto aeroterrestre, evacuação médica, reconhecimento tático, varredura aérea e defesa antiaérea. Entre os meios empregados, destacaram-se aeronaves como o KC-390 Millennium, o F-39 Gripen, o F-5M, o C-105 Amazonas, o A-1M AMX, o E-99M e o helicóptero H-60 Black Hawk, além de meios de defesa antiaérea. O Exército Brasileiro contribuiu com tropas paraquedistas e forças especiais.
Salto inédito, evacuação aeromédica e transporte de ASTROS II
As aeronaves de transporte envolvidas tiveram um grande protagonismo em diversas missões do AIRLIFT COMAO. Entre elas, cabe ressaltar o ineditismo de quatro aeronaves KC-390 Millennium voarem em formação tática, demonstrando a capacidade da FAB em conduzir operações de assalto aeroterrestre com alto grau de integração e precisão.
Também aconteceu um salto inédito a partir da aeronave KC-390 Millennium, voando acima de 12 mil pés (cerca de 3.650 metros), quando então foram lançados militares do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o Para-Sar, da Força Aérea Brasileira (FAB) e das Brigadas de Infantaria (Bda Inf) do Exército Brasileiro (EB). Neste salto , pela primeira vez foram utilizadas máscaras de oxigênio, com a operação simbolizando um avanço em doutrina de infiltração aérea e capacidade de atuar em missões de alta altitude.
Também foram realizadas missões de evacuação aeromédica (EVAM) com o uso de óculos de visão noturna (NVG), simulando o resgate de feridos em zona hostil. As aeronaves C-105 e KC-390 foram adaptadas com equipamentos médicos e operaram em baixa visibilidade, reforçando a versatilidade da plataforma em missões críticas. O KC-390 realizou ainda o transporte do sistema de lançadores múltiplos de foguetes ASTROS II. A ação testou a aerotransportabilidade do sistema em ambiente simulado de combate e reforçou a capacidade logística e de pronta resposta da FAB.
Defesa Antiaérea e Controle do Espaço Aéreo
Foi fundamental para o Exercício o adestramento das tropas de Defesa Antiaérea, com um treinamento envolvendo o emprego de mísseis e aeronaves na proteção de zonas sensíveis, forças terrestres e na interdição de espaço aéreo hostil. A atuação conjunta entre a Força Aérea Brasileira e o Exército Brasileiro possibilitou o desenvolvimento de operações integradas de Defesa Antiaérea, Supressão de Defesa Inimiga e Vigilância do Espaço Aéreo. Com mais de 25 aeronaves operando simultaneamente, o controle do espaço aéreo foi um elemento central para o sucesso da operação. O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Anápolis (DTCEA-AN), subordinado ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), atuou de forma decisiva nas torres de controle (TWR), nos órgãos de aproximação (APP) e no Centro de Operações Militares (COpM).
Ao final, todos os objetivos foram cumpridos, demonstrando assim o alto grau de adestramento e proficiência das Forças envolvidas.
F-5EM
FONTE: Paginas da Força Aérea Brasileira
FOTOS: Aeronaves da FAB de mesmo modelo utilizadas no Exercício. Autoria de Reinaldo Neves.