Reinaldo Neves
Na cabine das aeronaves comerciais (na maioria) há um terceiro assento, chamado de jump seat ou jumpseat. Algumas têm até mais de um assento, mas em sua maioria há a disponibilidade de um único assento extra. Este assento é articulável, destinado a algum tripulante em treinamento, autoridade aeronáutica, algum observador ou mesmo um tripulante embarcado como passageiro. Durante muitos anos, antes dos episódios de 11 de setembro de 2001, estes assentos eram disputados por passageiros aficionados da aviação, ávidos em poder observar, in loco, os pilotos em suas tarefas operacionais. Então, durante o vôo, não era raro o comandante convidar alguns sortudos para uma visita a cabine, onde podiam observar e às vezes, fotografar e serem fotografados.
A partir de 2002 as restrições a esta prática foram aumentando, com as companhias restringindo a autonomia do comandante para estas concessões, bem como um maior controle por parte das autoridades. Para os spotters e aficionados foi perdida a possibilidade de acesso a uma fantástica posição de vôo, onde se tem, talvez, a melhor visão de um vôo: – painel de controle ligado, todas as “luzinhas” e “ponteiros” em operação, a visão dos dois pilotos operando os instrumentos e a belíssima visualização do céu, com suas nuvens, fundo azul e o sol, brilhante, nascente, poente, em diferentes tons e a lua e estrelas nos vôos noturnos.
Felizmente tive a oportunidade de realizar um vôo nesta posição em 2008, no trajeto São Paulo – Curitiba. A aeronave, da Cia TAM, estava em operação há apenas dois meses e o comandante nos convidou para o vôo na posição. O co-piloto viera de aeronaves Boeing e estava em adaptação ao Airbus e foi muito produtivo conversar com ambos durante os momentos mais descontraídos da jornada. Meus agradecimentos a toda a tripulação deste memorável vôo! Esta viagem foi para a lista de meus vôos inesquecíveis. Reinaldo Neves, editor.